Flavio José - A Natureza das Coisas

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

GEAC (Grupo de Estudo Acadêmico) , A (auto) formação no percurso da vida

MEU PERCURSO ACADÊMICO

Este curso é diferenciado, porque aprendemos fazendo: nossa prática anda de mãos dadas com a teoria e há valorização do trabalho do professor dentro desse processo de formação.

Escrever sobre o meu processo de formação e sobre a ação pedagógica, nos leva a aprendermos de uma forma mais realista, pois podemos nos distanciar e falarmos de nós mesmos em uma perspectiva observadora.

Um movimento que passa pela construção e desconstrução de certezas e que privilegia a nossa formação de forma mais crítica e consciente. Por isso, já sinto uma mudança grande em mim, porque antes não gostava de escrever, e hoje, percebo a importância da escrita tanto para minha formação, quanto para reflexão de minha vida pessoal e principalmente na ação docente.

Já sinto mais à vontade na escrita, devido à leitura de diversos livros. Agora no quinto ciclo, progredi bastante. Não só pela leitura de livros, mas pela interação com outras linguagens.

Estudar narrativas neste ciclo, no GEAC (A (auto) formação no percurso da vida), veio a acrescentar meus conhecimentos pois é um conteúdo muito importante para o memorial e me fez refletir muito, porque o papel da narrativa é de conhecimento, pesquisa e construção das nossas próprias experiências, permitindo –nos uma análise própria. Conforme Pimentel (2010, p. 6):

“A narrativa é um arranjo de linguagem. Ao mesmo tempo em que busca dar visibilidade para uma experiência já vivida, constrói, para essa experiência uma cadência, uma lógica interna que produz começo, meio e fim; constrói uma estrutura com sentido organizacional.

Assim toda vez que construímos uma narrativa estamos revivendo, editando e reavaliando uma experiência vivida e é por isso que na escrita, por mais que busquemos dar uma visibilidade ao leitor, não conseguimos completamente, pois cada um tem um nível de entendimento e interpretação.

Apesar do distanciamento de quem as lê e analisa, as narrativas permitem a aproximação dos leitores por um mecanismo de identificação com as situações descritas no desenvolvimento pessoal e profissional nesse processo de formação. Como afirma Moita (1992, p. 116):

Só uma história de vida permite captar o modo como cada pessoa, permanecendo ela mesma, se transforma. Só uma história de vida põe em evidência o modo como cada pessoa mobiliza os seus conhecimentos, os seus valores, as suas energias, para a sua identidade, num diálogo com os seus contextos.

Na área da Educação nos últimos anos a narrativa assumem-se, simultaneamente e de forma crescente, como objeto de estudo, método de investigação e forma de organização dos relatórios de investigação das praticas docentes e principalmente da formação acadêmica.

Percebo que na escrita do nosso memorial de formação ele tem a perspectiva de autoconhecimento e da reflexão sobre o nosso próprio processo de formação, dando-nos a oportunidade reconhecer as experiências de formação pelas quais passamos e às quais atribuímos significados. Como afirma Paula (2007, p.06).

O memorial se constitui em um exercício de interrogação de nossas experiências passadas para fazer aflorar não só recordações e/ou lembranças, mas também informações que confiram novos sentidos ao nosso presente.”

Fazer um Memorial é, então, um exercício organizado, uma forma de fazer relatos da própria história, rever a própria trajetória de vida e aprofundar a reflexão sobre ela, podendo ser considerado uma atividade de autoconhecimento.

O Memorial Formativo tem sido cada vez mais utilizado enquanto ferramenta e instrumento em cursos e percursos formativos devido sua natureza reflexiva, na perspectiva do “professor reflexivo”.

Assim sendo, o exercício de produção de Memoriais é uma plataforma de lançamento à reflexão sobre si mesmo e um dispositivo privilegiado para a compreensão do processo de formação pessoal e profissional. Essa é uma perspectiva que vem se afirmando progressivamente nos espaços de formação continuada, à medida que tornam as narrativas como gêneros discursivos privilegiados para os educadores escreverem suas histórias e comunicarem os seus saberes e conhecimentos.

Assim, os Memoriais de Formação eles são considerados como instrumentos de pesquisa propícios à reflexão sobre os elementos relevantes para a vida docente.

Referências:

PAULA, Lauriana Dourado de. No túnel do tempo... memórias e reflexões da minha trajetória pessoal e profissional. Memorial-Formação. Universidade Federal da Bahia: Irecê, 2007.

PIMENTEL, Álamo. Gostamos de uma boa conversa! In: Presente! Revista de educação, Ano 17, número 66, dez 2009/ mar 2010. Pág. 6.

MOITA, Maria da Conceição. Percursos de formação e de trans-formação. In: NÓVOA, A. (Org.) Vidas de professores. 2. ed. Porto: Porto Ed., 1992.

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